Rua íngreme, longa e sinuosa
que vista cá de baixo, desanima
Mas, mesmo assim, em marcha vagarosa,
um pai arfando vai por ela acima
Sem côr de vida sobre a tês suosa
quem vê o triste seu penar lastima
Pende-lhe o corpo em mole desgraciosa
Verga o pau a que o mísero se arrima
Tanto pode no homem a vontade
que súbito reganha agilidade
e as pernas esquecem-se das dores.
É que o pai avista, sorridentes
correndo a ele a mãe e os inocentes
que são a sua vida, os seus amores.
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